Devido à grande busca e dúvidas sobre nutrição e alimentação dos nossos gatinhos, resolvemos escrever um post sobre essa questão. Muitos tutores possuem alguns equívocos sobre a alimentação do gato e isso pode prejudicar a saúde dele, com o desenvolvimento de alterações como: obesidade, doença renal crônica, dermatites, gastroenterites, cardiomiopatia dilatada, entre outros.
A fim de evitar futuras complicações nutricionais, respondemos as principais dúvidas recorrentes dos tutores!
Meu gato enjoou do alimento e agora? O que devo fazer?
Essa é uma preocupação que a maioria dos tutores possuem, porém, você sabia que os gatos não enjoam do alimento?? Siiiiimmm é verdade, os gatos não enjoam do alimento. O comportamento alimentar nos diz muito a respeito da saúde do animal. Se o nosso gatinho não está ingerindo o alimento ou reduziu o consumo, isso é um sinal de que seu peludinho não está tão bem assim. Essa redução ou a não ingestão alimentar pode ser provocada por alterações no comportamento (estresse), fase fisiológica em que o animal se encontra ou alterações metabólicas.
Posso suplementar ou colocar uma carne na ração do meu gatinho?
Nunca devemos suplementar qualquer tipo de ração, uma vez que as rações são formuladas e balanceadas para atender as necessidades mínimas dos nossos gatinhos. O excesso da suplementação pode provocar alterações severas e isso reduzirá o bem-estar e longevidade do seu bigodudo. O fornecimento de pedaços de carne ou frango na ração podem mudar o comportamento alimentar do seu gatinho, ou seja, ele irá aceitar o alimento somente com a carne ou frango e, não queremos estimular esse comportamento certo? Além disso, essa introdução cárnea na ração aumentará a energia consumida. Ou seja, o animal ingerirá mais energia o que pode acarretar no desenvolvimento da doença mais comum em gatos: a obesidade. A fim de prevenir o desenvolvimento dessa alteração, vamos oferecer apenas o alimento que ele precisa okay?
Posso oferecer petisco ao meu gatinho?
Claro!! É possível oferecer petiscos aos nossos gatinhos, mas, lembre-se que essa quantidade deve ser calculada por um profissional da área (zootecnista ou veterinário), a fim de evitar excessos e a obesidade. Existem diversos petiscos para os nossos gatinhos no mercado, mas você sabe o que são os petiscos? De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o petisco é um produto composto por ingredientes ou matérias-primas com finalidade de agrado, prêmio ou recompensa e que não caracteriza como alimento completo (“ração”).
Posso oferecer uma única refeição por dia ao meu gatinho?
Não é recomendado essa prática. O ideal é dividir a quantidade diária em 4 ou mais refeições. Os nossos bigodudos são “petisqueiros” e geralmente regulam sua ingestão. Esse comportamento alimentar é um instinto de seus ancestrais. Gatos ferais ou semi-ferais podem realizar de 12 a 20 refeições ao dia. Portanto, para estimular os comportamentos alimentares naturais dos nossos bigodudos, ofereça 4 ou mais refeições por dia. Além disso, essa frequência alimentar é necessária para evitar o jejum prolongado.
Todos os alimentos úmidos são petiscos?
Não, não são todos os alimentos úmidos que são petiscos. E como consigo essa informação? Simples! Todos os alimentos (úmidos e secos) DEVEM informar que são completos no rótulo. Os alimentos úmidos que não trazem essa informação, não são completos e são considerados petiscos. Os alimentos úmidos completos podem substituir 100% da ração, porém, deve-se ter cautela quanto a quantidade oferecida.
Lembrem-se: nossos gatinhos devem experimentar diferentes texturas e sabores desde filhotes a fim de evitar problemas quando adulto ou idoso.
É mais difícil oferecer um alimento diferente aos nossos gatinhos adultos e idosos, uma vez que, nessas fases, os gatos possuem apetite exigente, o que dificulta na aceitação de alimentos diferentes.
Se identificou com alguma situação acima e não sabe o que fazer?
Quer saber qual é a quantidade ideal de alimento para o seu gatinho?
Entre em contato conosco e marque uma avaliação nutricional! Nossa missão é trazer o bem-estar na hora da alimentação também!
MACDONALD, M. L.; ROGERS, Q. R.; MORRIS, J. G. Nutrition of the domestic cat, a mammalian carnivore. Annual Review of Nutrition, v. 4, n. 1, p. 521-562, 1984.
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TURNER, D. C.; BATESON, P.; BATESON, P. P. G. (Ed.). The Domestic Cat: The biology of its behavior. Cambridge University Press, 2000.
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